domingo, maio 31, 2009

canção de encantar o filho

dá-me (pai)
a tua graça nessa hora
em que a infinda aurora
ameaça desabar

dá-me (pai)
a palavra certa
e a benção desse
silêncio inquieto

dá-me (pai)
a mão e ousadia de
pregar o haver entre nós
e a chama no desvario

dá-me (pai)
a paz sobretudo
como provisório símbolo,
afinal

4 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, poeta:

Dá-me, amiúde, uma oração em possa me apoiar o espírito intranquilo dos dias de chuva.

Abraço.

loba disse...

achama do desvario talvez seja o meu pedido. pra não dizer que só quero poesia assim, como tu e como a tua!
Beijo

Moacy Cirne disse...

É verdade, em caro, em 1990 ou 1991 estive em Feira (que já teve um nome bastante poético em suas origens, como era mesmo?) para dar um curso sobre quadrinhos. Quanto tempo, né? O seu blogue surpreendeu-me positivamente; você tem inegável dicção de poeta. Mais cedo ou mais tarde, com os devidos créditos, algum poema seu vai pro Balaio, tá? Um grande abraço.

Otelice disse...

Lindíssimo! Aplausos.