sexta-feira, novembro 30, 2012

Ensaio sobre as orquídeas e a nudez do vidro


Ela tinha estrelas na blusa no
Dia que me contou a história
Do seu sobrenome de família
Eu a olhava nos olhos, mas
Deslizava a visão por todo o
Corpo de alvíssaras. Sílabas
Salivavam na pele até formar
Uma ilha de recônditos. Tudo
mais era anunciação de astros,
o florir incontido, lentas mãos
no labirinto apertado da sede.

Ela tinha sonhos sobre a aurora
Falava em geografias e mapas
No oceano que habitava os pés
Vez ou outra se insinuava nos
Pormenores dos caminhos, nas
Múltiplas aparições do branco
Na implosão outonal do destino
Eu sorria com as pupilas frágeis
Anoitecido na incerta navegação
Pelo fascínio da luz nos flancos
A inundar-me lábios e espumas

4 comentários:

Lídia Borges disse...


Os homens não ouvem nada com atenção... :)

Beijo

Teté M. Jorge disse...

Conversas de corpos e sentires...

Beijos.

Leila-Silveira.blogspot.com disse...

que encanto teu blog,te sigo

Everson Russo disse...

Sonhos que refletiam um brilho no olhar,,,belo sábado pra ti.